Você não é o seu formato (e por que isso é libertador)
Como se posicionar na "gig economy" em tempos de carreiras não-lineares
Tempo de leitura: 3 minutos
Você já sentiu que precisava se “fatiar” para caber no mercado?
É um cenário comum: você atua como consultor, mas também dá palestras. Às vezes, atua como mentor e, quem sabe, ainda escreve artigos ou dá aulas.
E então surge a dúvida paralisante: como eu me posiciono?
A angústia de tentar definir o peso de cada prato dessa balança gera uma insegurança silenciosa. Afinal, “sou 70% consultor e 30% palestrante?”. Tentar dosar isso é um desafio e, muitas vezes, inútil.
E, por medo de assumir um papel e negligenciar o outro, muitos acabam não assumindo nenhum com a devida força.
Mas, e se essa pergunta estiver errada? E se você não precisar escolher o formato, mas sim a premissa anterior a ele?
Venda a sua visão, não apenas seu formato.
O que cada um de nós entrega de mais valioso não é a hora técnica da consultoria ou os 60 minutos de palco. O que entregamos é a nossa habilidade técnica somada à nossa visão de mundo. É a criatividade resultante das referências adquiridas com as cicatrizes e vitórias que só nós vivemos.
Pense comigo: se você é um psicólogo que dá palestras, escreve livros e atende o mercado corporativo, você não precisa sofrer tentando entender se é um palestrante-escritor ou vice-versa. Antes de qualquer coisa, você é um psicólogo e tudo passa por essa lente.
Eu, como estrategista de marca, funciono da mesma forma.
Os formatos (a consultoria, as palestras, as mentorias, o livro que vem vindo) são apenas veículos. São “entregáveis”. Mas a carga, o conteúdo precioso que vai dentro desse veículo, é a sua identidade e a sua forma única de resolver problemas.
Quando você tem diante de si um excelente chef de cozinha, ele faz uma rápida leitura do que você gosta e, a partir daí, são as referências dele que tornam aquela entrega única. Você não sabe o formato, nem que gosto terá, mas você confia.
A inversão da estratégia
Quando você ancora sua comunicação na sua essência profissional, a mensagem muda. Em vez de dizer “faço palestras e consultorias”, você diz:
Eu sou Felipe Gondin. Acredito que marcas podem gerar desejo através da sua autenticidade e aplico meu conhecimento para transformar esse desejo em resultado. Faço isso através de diferentes formatos, vamos conversar para saber o que é melhor para você.
Essa mudança sutil traz três benefícios imediatos:
Leveza: você para de lutar contra si mesmo tentando se encaixar em apenas uma opção;
Segurança: você fala sobre o que domina (sua visão), e não apenas sobre o método de entrega;
Abertura: você dá liberdade ao mercado para propor desafios que talvez nem estivessem no seu menu, mas que fazem sentido para quem você é.
O convite
Não deixe que a multiplicidade dos seus talentos confunda sua mensagem. Deixe claro suas possibilidades de atuação, mostre seu cardápio, sim, mas nunca esqueça que o artesão é você.
Como está essa questão por aí? Você tem se definido pelo rótulo do cargo ou pela lente com que vê o mundo?
Faça sentido antes de fazer barulho.
Nos vemos em breve!
Quer levar essa conversa para a sua empresa? Vamos conversar 🙂


